CURSOS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO ONLINE!!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Teste de avaliação para crianças é criticado por educadores

Criado nos Estados Unidos, exame para crianças de até cinco anos de idade em teste no Rio pode ser aplicado em todo o Brasil


Especialistas em Educação Infantil abriram fogo contra uma proposta do governo federal de implantar testes para avaliar crianças de até cinco anos em creches e pré-escolas públicas. Os educadores criticam o método escolhido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e importado dos EUA.
Conhecido como ASQ-3, o modelo de avaliação americano está sendo utilizado experimentalmente na rede infantil pública do município do Rio, em parceria com a SAE. A prefeitura carioca aplicou os questionários em cerca de 50 mil crianças e pretende abranger outras 150 mil nos próximos meses. A SAE estuda levar a técnica para o resto do país.
Os adversários do método afirmam que classificar essa faixa etária com base em critérios como comunicação e coordenação motora pode criar estigmas nas crianças que não atingirem os resultados previstos.
Para os educadores, os reprovados poderiam sofrer preconceito e bullying. Entidades como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) já enviaram ao Ministério da Educação (MEC) notas de repúdio à técnica. Para o especialista em Educação Infantil Vital Didonet, da Rede Nacional da Primeira Infância, o ASQ-3 não é adequado para avaliar o desenvolvimento infantil:
“Essa ferramenta até pode auxiliar na identificação de fatores de risco do desenvolvimento. No entanto, é preciso muito cuidado para não marcar as crianças”.
Criador do programa Primeira Infância Melhor (PIM), o ex-secretário da Saúde e deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) defende os testes. Para o parlamentar, é imprescindível que o poder público avalie o mais cedo possível o desenvolvimento da primeira infância. Aguardar que a criança ingresse na escola para começar a monitorar sua evolução poderia dificultar a assistência.
“A turma que é contra o método não quer ser avaliada. São os mesmos especialistas que criticam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)”, dispara Terra.
Proposta ainda não foi analisada por MEC e Ministério da Saúde
Além da polêmica, há também uma falta de diálogo entre os ministérios envolvidos com o tema. Apesar do esforço da SAE para oferecer o instrumento a Estados e municípios, os ministérios da Educação e da Saúde – responsáveis pelo atendimento à primeira infância – ainda não aderiram à iniciativa.
Em reunião de especialistas na última semana – com a presença da educadora americana Jane Squires, uma das autoras dos testes –, o Ministério da Saúde informou desconhecer o ASQ-3.
Segundo a representante da pasta no encontro, a área técnica de saúde da criança tem as mesmas preocupações dos educadores a respeito da técnica americana. No MEC, o setor de políticas públicas para a primeira infância revela não estar envolvido na negociação para adaptar os testes ao Brasil.

FONTE: ZERO HORA

0 comentários: