Jáe stamos no 6º período de pedagogia, iniciamos nosso TCC e estamos fazendo varios estágios dentre eles o de EDUCAÇÃO ESPECIAL, que para mim foi um grande desafio. segue abaixo um breve relato de como foi o projeto e as dificuldades que encontramos. vou deixar também ums slides com as fotos e ou o video da apresentação.
estágio aconteceu na Escola Estadual Engenheiro Lauro Diniz, numa sala de educação especial para alunos surdos, entre 15 e 25 anos. O projeto de intervenção que tem como tema “Somos Todos iguais nas diferenças” tem por objetivo sensibilizar a comunidade escolar em relação à inclusão dos alunos com necessidades especiais, mostrando que eles podem fazer qualquer tipo de atividade. Nesse sentido os alunos farão uma apresentação sobre os tipos de deficiências mais comuns no ambiente escolar, farão a exposição de cartazes construídos por eles, na seqüência faremos a apresentação de um vídeo sobre educação Inclusiva, à leitura de um texto de Mario Quintana “Deficiências” seguido de um breve comentário sobre o mesmo.
A realização deste estágio em educação especial foi muito significante para nossa formação. Durante o processo de observação ficamos um pouco apreensivas em como iríamos lhe dar com aqueles alunos especiais, se não sabíamos nos comunicar fluentemente com eles, apenas entendíamos algumas palavras. Porém devido ao processo de formação em educação especial que construímos fomos desconstruindo essa apreensão. Logo nos apaixonamos pelos alunos e fomos percebendo que eles tinham um espaço muito restrito na escola, pensamos então em realizar um projeto de intervenção que contribuísse para a inclusão desses alunos na comunidade escolar. O processo de evolução do projeto com os alunos foi muito gratificante, eles foram muito participativos, na confecção dos cartazes, e nos ensaios para a apresentação do jogral. Ficaram muito felizes em saber que iriam fazer uma apresentação para os alunos ouvintes.
O que percebemos é que eles têm apenas um espaço dentro da escola, mas não participam de quase nenhuma atividade desenvolvida no ambiente escolar e quando eles realizam alguma atividade seus trabalhos são retirados da exposição das paredes da escola. Diante dessa situação achamos gritante esse tipo de intervenção. Mas esse processo não foi tão fácil como imaginávamos. Mesmo tendo sido realizada toda uma divulgação da apresentação, no dia não chegou nenhum aluno ouvinte, apenas os alunos das duas turmas especiais e as professoras. Ficamos inconformadas com a situação principalmente porque não teria sentido apresentar um projeto de inclusão apenas para os alunos especiais. Dessa forma fomos ao pátio e abordamos os alunos solicitando que eles fossem à sala de vídeo para assistir a uma apresentação sobre inclusão, não tivemos muito sucesso, ouvimos comentários do tipo: “O que eu vou fazer lá se eu não os entendo e nem eles me entendem”,” Eu que não vou lá à sala dos doidinhos”, enfim vários comentários preconceituosos. Depois de muito insistirmos, conseguimos a presença de alguns alunos, mas muito pouco em vista a quantidade de alunos que estavam no pátio.
Mesmo diante de todas as dificuldades conseguimos realizar a apresentação e foi maravilhosa, os alunos ouvintes logo ficaram curiosos em saber sobre a língua de sinais, fizeram perguntas do tipo: como eles aprendem? O que eles aprendem? E assim a apresentação foi sendo concluída. Percebemos que os alunos ficaram muito sensibilizados após a leitura do texto de Mário Quintana, e o auge foi à apresentação do CD com fotos dos alunos e frases sobre a inclusão, tendo a música de Xuxa: muito prazer eu existo como trilha sonora.
Concluímos com a sensação de dever cumprido porque vimos nos rostinho dos alunos à satisfação em ter vivenciado aquele momento, porém, não conseguimos alcançar nosso objetivo, que era ter ao menos metade da comunidade escolar e familiares para presenciar este momento e fazer parte desse processo de reflexão. Mas temos consciência de que fizemos a nossa parte, e que as poucas sementinhas que conseguimos plantar irão germinar, num processo lento, mas irá. Constatamos que o processo de inclusão está longe de ser vivenciada na escola que é necessário toda uma ressignificação de conceitos. As mudanças são fundamentais para inclusão, mas exige esforço de todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção de conhecimento, deixando de existir a discriminação de idade e capacidade. Para isso, a educação deverá ter um caráter amplo e complexo, favorecendo a construção ao longo da vida, e todo aluno, independente das dificuldades, poderá beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades. Isso exige do professor uma mudança de postura além da redefinição de papeis que possa assim favorecer o processo de inclusão.
Apesar de não termos a intenção de esgotarmos esse assunto, esperamos ter contribuído significativamente para que a inclusão seja mais bem compreendida e aplicada.